segunda-feira, 17 de setembro de 2007

Faça Tudo Mas Esqueça


- 1ª música -

De um apartamento escuro onde janelas se abrem para noite,                                   
Onde a confusa solidão mora pensando:
- Para que tirar meu corpo para fora desse túmulo?

Lembro do seu espontâneo calor
Ainda, ainda eu lembro!
Disposto nome febril! 

Relaxo, forte abraço
Não me deixe cair em tentação.

Apareça a minha veia no seu sangue
Pois cada célula se reclama de repouso

E não caia lágrima, não apague
Só me mostre o caminho

Meu coração dita e minhas mãos obedecem.

- 2ª música -

Palavras mal cumpridas, e dores inacabadas;
Seu penar, suas dores, suas doses:
Ainda seu como um ser inato,                                                                                  
Metade do meu coração faz resistir.
Nem lamentações, todos os dias, fazem sua vinda acontecer.

Logo, que as notícias eu leio tremendo,                                                                        
Seu nome citado acorda minhas borboletas

Oh nome para sempre lembrado! Tão querido!
Mas livrai-me do mal.

Eu temo como me encontro.
Algumas vezes meus sentimentos transbordam,                                                      
Seguem de perto, retas pós-retas;                                                                                  
Criado por um triste medo de me embriagar

Acontece guiado por mim, e murchado por ti
Convertido a uma tristeza solitária.                                                                                
Não precisando impedir as luzes
Que minhas lágrimas irradiam.

Diga-me tudo que eu posso acoplar!
Quando ecos voltam a ti minhas palavras pegam carona;

Nem adversários nem sorte levam meu coração embora
E é esse menos gentil que os outros?

Nenhuma estrela permite seguir meus olhos cansados
Ouvir e calar é tudo que eles sabem fazer agora.

Desculpe-me por molhar e derramar meu coração!

Aprece o encontro de alma com alma
E de encontro com o norte e o sul

Tu sabes o quão inocente conheci vossa chama,
Quando o amor se aproximou de mim sob o nome da amizade
E concebeu em estilo angelical aquela propagação do infinito,
Aquela pluralidade do plural, da singularidade do ideal.
Onde verdades alheias foram comprovadas em mero a tantos tolos.

De meus lábios quais deixei faltar?

- 3ª música -

Não o invejo por saberes quem és,
Poucas vezes eu sinto isso completo.

Maldição a todas as leis, menos a que o amor fez.

Deixe tudo e espere o futuro
Despeje e unte a forma, sagrado seja o seu drama.
E mesmo que outras paixões tirem essa visão
Dinheiro, desespero: o que és para o amor?
O que o força a deixar milhares de vidas apavoradas?

Na minha mão devem estar as linhas da vida
Ela, na rede do futuro, desdenha a morte.
Não me faça amante do homem que eu amo,
(Se é que existe outra palavra para traduzir isto)
Mais do que um amante me faça cada célula
De todo organismo que forma seu próprio corpo

Quando tudo é liberdade e o amor é lei,
Tudo possuindo e possuído.

E mesmo que pele toque a pele,
Que cada toque mútuo se envolva em outra canção

Isso é certo (se existe algo certo no mundo).
Dois corpos nus se deitaram no caixão,
Onde está Coração? Seu toque, sua mão...
Seu pensamento se opôs ao comando da voz:
- Não mates a si mesmo
Perdeu, perdeu! Conseguiu se salvar.

As verdades estavam contidas
Então, deixei que a pele falasse o resto.

Meus olhos estavam fixados em você
Quando fomos vitimas de nossas máscaras
E das cores que a vida nos fazia usar.
Veio com teu olhar e com tua boca
Deu-me o que restava para te conceber,
No teu peito me deixei deitar.

Ainda bebo as lágrimas de vossos olhos,
Respiro do seu ar como um balão inflado,
Me deixo sonhar na tua cama e
Me ensino outro jeito de te ganhar.

Os olhos nessa maresia me fazem querer
Ir mais fundo em você
Me faz querer do teu ventre perdido
Viver num mundo falso de aparências.
Pelos mundos, planetas e terras seguir...

Você ergueu esses muros e se fechou para o mundo!
Nesses muros vazios (eternos de seus dias)
Essas torres mais altas de papel
(onde a altura faz do dia, noite)
Existem janelas turvas que explodem uma luz solene
dos seus olhos de horror;
E reflexos do tempo passam todo dia,

São lagrimas continuas de olhos fechados.
Essas paredes irradiam a fumaça do vento.

- 4ª música -

Nenhum santo de pedra prova minha crença
De que o paraíso é previsto no deserto.
Lá nenhuma criança órfã conheceu a despedida.

Subornam a expressão do sorriso forçado
Onde tetos de vidro se quebram como pena
e protestam as divergências.

Deixe todos irem
E todas as pessoas em um, vosso amor
O passado escuro que faz sombra sobre o futuro
Balança forte, e o vento sussurra.

Os rios correntes que passam pelo vale
O vale que se esconde dos mortais
As tempestades começam mais fortes.
O trovão que clareia até o mais escuro:
- Nenhuma meditação me faz ficar mais concentrado.

Mas os vales e as correntes do rio
Formam caixões vazios e buracos sem terra.
Vós pedras no caminho que sangram meus joelhos,
Vós flores que enganam e me espinham.

Das igrejas que mantém sua imagem santa,
E em frente a tua imagem, as criaturas aprendem a chorar.
Nem jejuns, nem rezas fazem minha benção maior;
Nada é divino quando você parte.

Uma religião severa apagou a chama exposta,
Lá libertaram a besta da paixão, ódio e cobiça.

Divida tua dor, permita esse alívio triste;
Mais que dividir, me dê todo teu lamento.
A vida ensina letras a todos, a algumas crianças pequenas ou adultas;
Eles vivem e falam e respiram o que os amores inspiram,                                          
Fiéis ao seu fogo.
O calor da sanidade pela metade de uma virgem;                                                            
O inocente cantar que os céus ouviram emanar.

Logo me ensinaram o que não é pecado;
De volta eu tentei correr para os teus braços,

Não desejei vê-lo em figura de anjo.
A claridade dos céus mandou um anjo para mim.
O escuro ficou claro, e o claro se tornou neblina
Os céus quase não acreditaram na despedida;
E os demônios soltos ouviram minhas juras,

Mesmo assim, naqueles altares de mel                                                                           
Não era graça, nem fé, amor era meu único pedido.

E se eu perder a cruz, eu perco tudo!
Faço minha alma trocar você por Deus,
Penso na simplicidade das ovelhas,                                                                              
Mas ninguém está contente com a face divina.                                                              
Pois não procure a prece em outrem
Porque deveria eu depender das divinações alheias?

Conte-me mais um segredo que não atinja os céus.
Como encontro a dor sem sentir o pecado
e amo o pecador, e ao mesmo tempo odeio o pecado?

- sem música -

Os cinco sentidos se tornaram graça de alcanço
E os anjos murmuraram sonhos de linhas.

O Jardim do Éden ainda nos espera;                                                                          
Onde a fala se desfaz ao som dos instrumentos divinos,
Derrete a visão do eterno mundo.
E você entende que Deus está em você.
Verdades, mentiras, certezas e vigílias tudo diante de ti.

Ajude o demônio e arranque me de meu Deus                                                             
Pois Deus não é homem e absolve-nos como almas.

- 5ª música -

Começa tudo a sua volta.
Um silêncio mortal que assusta.

Sua presença ilumina a cena,
E escurece a janela e as cadeiras.

Caminha pelo mundo diverso
E respira um horror maior quando aproxima.
Aqui para sempre, sempre devo ficar.
Prova triste que trás de volta ao passado,
Já que apenas a morte interrompe a última corrente.
E ainda assim permaneço vulgar
Diante de todas as suas fragilidades
Espero até que minhas verdades se juntem as suas.

Ah! Difícil dádiva de ser concretizada
Confessar seus defeitos e suas virtudes.
Surgiu da necessidade ou desespero?
Até onde achamos ser certa essa castidade?

O ser encontra um altar para desejos proibidos,
Devia achar errado, mas não consigo ver defeito nisso.

Estou de luto pelas doenças, pelas soluções;
Vejo o crime e isso dói, dói mais que o próprio crime;
Lamento pelo que passou, e trago boas novas
Penso em ti, e amaldiçoo tua inocência.
De todas as posses praticadas no desejo
Essa com certeza é a cura mais difícil de obter.

Como separar a dor do prazer e o ódio do amor?
Como se punir para regozijar do teu peito?
Tarefa sem igual! Uma paixão para existir.

Para corações tão próprios e tantos como o meu
Antes de tudo, volte ao estado de paz
Quando devo chegar ao extremo ponto!
Quando devo experimentar a satisfação, o desejo, a imensurável carnosidade

O oposto, o contrário - faça tudo mas esqueça
E deixe que os santos cuidem disso, tudo de uma vez quando surgirem.

Não tê-lo, mas sim tomá-lo, não o desperto, mas inspiro-o!
Ensina-me a essência do autocontrole.
Renuncio a tudo, a mim e a você;
Vou preencher meu coração comigo, pois só ele
Pode te substituir.

Quão longe tenho que ir para encontrar a mim?
Quando o mundo me esquece e eu esqueço o mundo.
Dou tudo de mim para viver como um estranho.
Todas as verdades impressas, todas as mentiras negadas.
Esforço e derrota na medida do tempo,
Dos sonhos que dizem nossos medos.
Desejos no forno, afetos correspondidos.
Miragem do fogo, água que não apaga.
Para a fala as palavras se preparam
E se desfazem ao som dos instrumentos divinos.
Falar é a pior forma de ouvir.
Derreta a visão do eterno mundo;

Existe muita profecia para pouco rebanho.
Quando do término de cada dia sem definição de sentimentos
A fantasia restaura o que o mundo me tomou.
E então a consciência adormece, libertando a natureza do meu ser.
Minha alma inteira se liberta e as palavras saem assim como o sopro e o gozo.

Oh! Pensamentos que me deixam em claro;
Como a culpa que exalta o pecado!
Vivendo com mascaras as fantasias dos nossos sentimentos
Que me faz encobrir e transformar em padrão;
Eu te ouço e te vejo e exalto todos os teus padrões.

- 6ª música -

Acordo e nada mais vejo!
Eu falo em altos gritos, mas não sou ouvido;
Estico meus braços para ti, mas o andar é longe.
Querendo encontrar alguém de novo fecho meus olhos
Digo as coisas e palavras em que acredito, doce ilusão
Drogas! Não mais parecem que me vagam.
Através de frustrações perdidas num mundo sem encanto,
Onde eu era criança e não via a ação do tempo.
Impedimentos me faziam viver atrás do muro de pedra.

De repente eu vejo por cima do muro, você se materializa.
Nuvens maremotos, mares ventanias, ventos tempestades
Solto uma gargalhada, sempre o mesmo resultado
E me vejo em frente de todos os pesares que tento deixar para trás.
Uma expressão gélida, tanta dor e prazer.
Tua vida é uma mansidão morta de densidade farta
Sem sangue que circula;
Calma como o mar, antes dos ventos saberem inflar;
Suave como os discípulos da pedra que não tem vida
E espíritos das flores que morrem de vergonha.

Venha Coração! O que tens a temer?
A tocha de Vênus pode estar em Marte ou Saturno
Nós mesmos sabemos do nosso mundo.

Ainda que a arte esfrie - Eu ainda amo.
A esperança destrói tudo até a ultima chama;
Faz milagres e move cem cegos.
Que cenas quer que meus olhos vejam?
As novas expressões, ou idéias revolucionárias?
O que se eleva na massa, antes mesmo do sol se pôr?

Mostrasse provocante diante dos meus olhos as palavras que digo;
Desperdiço minha primeira vida em suspiros por ti.
Tua imagem se interpõe entre eu e eu mesmo
E eu contemplo tua voz em todas as línguas,
A cada ouvires eu derramo sua lágrima.

Quando as nuvens de essência se elevam
Um único pensamento está dentro de você:
- Verdades, mentiras, certezas e vigílias tudo diante de ti.

Em mares de chamas minha alma em fuga é mergulhada;
Enquanto as pessoas vivem como se não vivessem
Eu me deito, eu acordo, eu passo o dia contando
As delicadas e virtuosas gotas que acumulam em minh'alma.
E enquanto eu peço tremendo os tremores do mundo,
Um sentimento que junta todos está se criando em mim.

Venha, se tens coragem, tão encantador de cavalos
Desafie o seu próprio céu, lute contra si;
Lute pelo meu coração, pela minha veia, meu sangue, minha lágrima
Apague cada estrela brilhante do céu.
Retome aquela graça, aqueles tempos, as nossas verdades
Retome aquela penitência inútil
Agarre-me e tome-me no teu cálice.                                                                          
Venha comigo de norte a sul;
Eleve o mar entre nós, e não pense pelo menos uma vez por mim.

Não compartilhe o que sinto por você;
Renegue das tuas lembranças
Me esqueça, me renegue, deteste tudo o que me é relacionado.
Olhos e olhares que ainda vejo,
Por todas as ideias e os pensamentos, para tudo isso adeus.

Oh! Criatura tão bela.
Oh! Ser tão amado.

Vive tua divina graça de viver a todas as atenções necessárias.
Esperançosa e graciosa filha do céu,
A fé trás a imortalidade.

Entre nesse sentimento sem se perguntar por quê
Receba-me e embrulhe-me para presente.
Veja que no canto o seu Eu se esparrama
É apenas um vizinho dos vivos de verdade.
Cada brisa parece um chamado sobrenatural
Enquanto os ecos observam tudo se apagar.

Escutei os últimos sons da noite:
- Venha, venha, venha se deixe levar!
Teus pensamentos te dizem: - Se revolta contra o mundo!

Era uma vez uma pessoa que tremeu;
Uma vitima do amor, agora um servo.
Mas tudo é calmo nessa revolta eterna

Aqui não se sente o peso, se aprecia.
Até mesmo as superstições se perdem no medo.

Prepare suas doces travessuras com flores celestiais;
Acredite no sonho onde não existem pecadores.
Ponha seus medos e exprima-os, queime-os.
Não ache errado sentir algo que não devia sentir
E suaviza minha última vida de vontades próprias, tu Coração!
Absorva meu último suspiro antes que seja tarde.

Você deve ficar com mente clara
E ensinar-me de uma vez quem tu és e aprender comigo a viver.
Aí então meu último amado,  Eu o veja!
E não será um crime te ver
Quando olhar minha face corada de vida
Verá o último lampejo nos meus olhos;
Até que todo o oxigênio da Terra se acabe em um beijo
E até mesmo cesse tudo que sinto por ti.

A morte somente nos prova nossa fraqueza e fragilidade diante da vida;                   
Então quando o destino te chamar,
Não coloque a culpa nas decisões,
Pois o destino corrói tua beleza e é tudo um transe de nostalgia.

Descem Claridades em ti e anjos te giram;
Das tuas bocas saiam palavras de magistrais
E santos te abracem com amor semelhante ao meu.

Sua vida será tranquila quando veres teus infortúnios,
Quando este coração rebelde não mais bater.

Sobre seu colo se encontra suavemente minha cabeça
E tu dizes tristemente com pena
Oh! Que eu nunca ame como você me amou.

Da concretização do pensamento surgirá uma palavra doce,
Que encherá os relicários com sacrifícios.
Da própria devoção roubasse pensamentos dos céus

Uma vez parte de nós;
Quem procura viver só procura o amor.