terça-feira, 6 de outubro de 2015

Frequências de Papel


Eu não sei o que cabe a mim que não cabe aos outros. No meio dessa cidade, e entre prédios onde gritos se ecoam na madrugada. Entrei neste barco, vejo pelas janelas, é fácil descer até o mar, e pisar entre pessoas, que cruzam seu caminho. Esse o motivo de estar sem em cima da hora. Mistérios e aventuras para serem desvendadas, entre riscos que corri para que essa história tivesse algum sentido. Eu que não deixo de terminar um livro ou um filme (mesmo que seja ruim). Onde a fé a esperanças se encontram no presente e se perdem quando remetem ao passado e ao futuro. São olhares juvenis procurando entender a frequência e os efeitos colaterais. Mentes criativas que se perdem em indagações que insistem em continuarem escondidas. São colocadas à prova toda as suas insistências, e pode ser difícil acreditar no que o destino preparou para você. Não que deva ficar nas mãos dele suas decisões, ou planos, mas algumas vezes por mais que se lute, não há batalha a ser vencida. Palavras são contorcidas e colocadas contra você. O quanto vale uma discussão se ela é dialogada sozinha? São as pausas entre uma cena e outra que você encontra o momento para colocar as coisas no lugar. Um pouco doloroso encarar a verdade, mas pode ser que haja algum prazer no final. Pode não ser um milagre, ou acontecer como planejado, mas ainda assim ser uma vida. Aventuras fantásticas. Pessoas excepcionais. Lembranças inesquecíveis.

sábado, 19 de setembro de 2015

Epistolo para Maxime


O vaso quebrou-se na parede. Acabou eu disse,
Amarrado entre terra e pétalas, estava decidido, morrera.
Os seres em forma de animais se tornaram um passado de dúvidas
Todos os momentos e ilusões passaram:
Com raiva nos olhos e troca de passagem,
Ele decidiu virar a página sem direito a segunda chance.

Um apartamento que pode me proteger, ou paredes que me escondam?
Elas imprimem minha ida para ficar;
Por água, ar ou fogo, a chance de estar só foi renovada.
Parou-se a Terra para que tu pudesses colocar seus pertences no bagageiro.
Sem lugares sagrados, nem em meu corpo;
Todos os dias soavam como uma renovação transcendente para mim;
Então as fotos capturadas que saiam do ritmo dos seus dedos,
Felizes me encontraram na hora do jantar.

Se tiver alguma razão para perder-se na bebida,
Para afogar as magoas e acordar com a culpa,
Comparam-se a colocar-me na cruz todos os dias,
Quem se importa quando eu deveria estar feliz?
Sobrou alguma tinta para ser escrito no papel
Com suas telas de pinturas de formas para serem penduradas na parede?
Todo o voo será culpa das suas emoções
Porque não conseguiste me fazer feliz.
Aquele que renegou as Leis do Amor,
Culpou-me por não ter dado o suficiente:
Pobre coitado aquele que foi deixado,
E maldição àquele que partiu.

Um amigo para quem teve coragem de deixar o que já tinha acabado
(e não precisa ficar do meu lado só porque o mundo parecia estar tocando fora de tom).
Que praga pode ser removida,
Ou qual deve ser acrescentada para que acabe o sofrimento de um louco ou um amado?
Um grande dilema! Em ambos os casos estou perdido.
Se tolos podem escrever, o que amigos irão ler, eles me lerão em dor.
Sem medida ou julgamento para quão cruel foi!
Quem não pode ficar em silêncio, e quem não irá mentir.
Rir, quando a graça e a bondade estiverem por perto,
E ser bravo, excedendo o poder da face.

Eu sento com uma triste civilidade, escrevo;
Com uma angustia honesta e uma cabeça confusa;
Uma lágrima afinal, mas que não sai dos olhos;
E uma recomendação, “Espero que você esteja segurando firme”.

Oito meses, e agora ele chora pelo que se foi em menos de um,
Alto o suficiente para que as partes quebradas sejam colocadas de volta,
Em um ritmo que o acorda, e o atormenta no final,
Obrigado pela raiva, e pedidos dos que ficam:
“Qual parte você acredita estar incorreta? Porque querer pegá-la,
Todas as submissões, o que você fez com ela, faça.”

Três pedidos para algum outro contato,
A amizade, um epistolo e cem mensagens.

“O hospede me envia: “Você é da arte;
Eu gostaria de uma vaga; poderia me dizer o valor?”
“Eu recebi seu pedido, ”mas sem te conhecer
Sinto informar que preciso de alguém que conheça melhor.
Seria idolatria querer preservar minha pátria? Mas te convido para um temporada.”
Ele vai entrar na minha vida e vai se tornar um ser divino.

Abençoe! Um maço – e esse estranho vicio
Uma tensão virgem, um maxilar inspirador.

E seu eu não gosto de fúria, da morte e da vingança;
Se eu aprovo o que você quer expor no palco.
Ali, vão as minhas estrelas, minha comissão que termina
Elas brincam e felizmente não somos amigos.
Primeiro foi a casa que o rejeitou, eu apenas imprimi.
E viva os tolos – seus interesses não eram os meus
Interesses que saíram caro no final:
“Se quiser podemos considerar o seu preço.”

Todos os guardiões se preparam para o ataque;
No final ele suspira, “Faça e viraremos cobras.”

Para manter seguro eu tranco a porta pelo lado de dentro,
Não os deixo ver meu trabalho e nem a mim.
Meus ouvidos se abrem a primavera
(para o que turibule como uma pessoa sagrada e um rei)
Onde o seu ministro vai espiar primeiro,
(alguns dizem seu escudo) e és forçado a soprar, ou anuviar.
E não será o que se diz meu amigo
Que irá fazer quando passar isso tudo, cuspir no meu rosto?

Quem lida com coisas perigosas
Eu gostaria de nomeá-los guardiões ou reis;
Mantenha sua mente na luz, que ela chegará ao seu coração.
Isso não é nada.
               “Mas e seu eles estranham e mordem?”
Sem a sua hipocrisia, que deseja anunciar um segredo,
Um segredo de tolo, que pode ser perigoso.

A verdade uma vez me disse (e por que ela iria mentir?)

Os seres em forma de animais, eu agora confio mais neles que em ti.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

De uma descoberta, anunciada em sonho



Foi mesmo de uma explosão que tudo começou. As coisas se moveram rápidas. Tudo foi acontecendo de acordo como planejado, para que a escolha feita em algum outro estado de consciência se materializasse. Já havia percebido que algo dentro de mim tentava ir contra a fluência, e que a ansiedade existia em toda parte. Um lugar onde as palavras não existiam, e se existissem estariam presas na conexão de um lugar distante. O que acordavam não eram borboletas, mas sim dragões, que vinham e se escondiam na sombra. O tempo não facilitava. Coisas tão óbvias e tão escondidas dentro de si. Procurava atingir um sentimento que se encontrava em algum lugar por volta, que era imenso, onde já havia experienciado todas aquelas coisas, positivas e negativas, enquanto identificava ou recusava. Aquilo que sentimos é o que queremos sentir, mesmo quando sentimos sem querer.