sexta-feira, 8 de dezembro de 2017

IGnORância


Eu não preciso explicar minhas atitudes, e mesmo que quisesse eu não conseguiria. Por mais que se compreenda as coisas, elas geralmente não estão sob nosso controle.

Eu sou ansioso e potencialmente carente. Tiro conclusões precipitadas. Preciso ser aceito pelos outros. Arranjo mais compromissos que posso e me cobro se não consigo cumprir. 

Crio formas para me sentir seguro. E ao mesmo tempo que gosto de arriscar, tento ficar sempre confortável.

Procuro não me envolver em relacionamentos porque uma parte negativa de mim diz que pode não dar certo. E nem preciso falar da expectativa que se cria e que espera-se que o outro supra, sem o outro nem saber que está envolvido nessa artimanha da mente. Buscar escapes geralmente funciona. Mas o coração balanceia quando recebo ou não uma esperada notícia. Às vezes parece que me coloquei nessa roda de punição para que tudo parecesse mais difícil do que simplesmente deixar ser. Ou extrapola de vez, de repente, para ver se deixa de sentir. Ou se pega sofrendo por algo que nem é real.

Em que ponto foi que isso tudo passou a ser assim? E será que vai embora ou a proximidade com todos esses sentimentos e sensações vai durar para sempre?

Vivenciar todas as experiências sendo nós mesmos, e cada um vivenciando a sua da sua maneira. Essa é a dádiva de sermos indivíduos ligados à mesma Fonte? Ou essa identificação é o que nos impede de ver as coisas como elas realmente são?

sábado, 5 de agosto de 2017

Histórias



Dentro de tantas histórias. Por essa longa estrada. Que começaram e perderam o encanto quando terminaram. A minha única esperança era deixar que isso passasse. Me escondendo para não manter as promessas que eu fiz. Das decisões que pareciam aleatórias.

Agora eu posso ver a grande perspectiva. De uma linha do tempo que se passou linear. Que pareceram não ter sentido algum, motivo algum. Só eu podia me machucar. Possibilitou pequenas mortes e grandes recuperações. Eu podia ser cego. E talvez fui. Só porque tenho medo da solidão.

Palavras. Ter o dom de coloca-las em ordem para que elas não façam sentido algum.  Nos esquecemos delas. A diferença entre erros e o que fizeram comigo. Onde essas realidades nos levaram e o que fizeram?

Agora temos mais armas. Amor. Eu hesito, mas podemos chegar perto. Você realmente acredita que não sei do que você é feito? Eu só queria me apaixonar.

quinta-feira, 19 de janeiro de 2017

RAncor NUnca BIca Ovo


Primeiro não queria partir. Pegar um trem desconhecido para lugar nenhum. Tudo o que é novo desespera. Onde quem lhe espera não é familiar. E das dúvidas da sua capacidade de compartilhar, o que por vezes nem mesmo lembra acreditar. Quando as dúvidas surgem e o que lhe resta é continuar. Das certezas de que não deves envolver terceiros nos assuntos que só condizem a ti. Eventos diversos que te fazem questionar se realmente estás seguindo pelo caminho correto. Dos pesadelos que te deixam acordados mesmo quando chegas a exaustão. Dentre dias ou outros, onde senhoras aventureiras acompanham a jornada de forma descontraída. Descobrir em qual momento se encontra. Se suas ações condizem com o que realmente deseja. Onde o acumulo de informações são apenas recordações do que um dia foi estar junto de ti. Que para descobrir tive que passar por outras experiências cheias de intensidade e finais. Onde cada vez meu coração se despedia, partindo em pedaços, para se juntar de novo e formar o que sou hoje. Quantas vezes o coração pode se reconstruir? Entrelaçando os braços e sendo grato. Porque música foi o que ouvistes enquanto eu falava. Uma voz do desejo de reviver os amigos que fiz, que gostam de mim, apesar de quem sou. Agradecendo aos que já foram e me ensinaram. Que levam a outros mares. Que tomaram outros rumos. Que partem as pedras. Encurtam o caminho. É a mim quem tu libertas. A fragilidade da rocha. Da imensidão. Na tua presença. Momentos de nós. Da música que faz meus momentos, e juntamente com a chuva, contemplo as noites. Nos braços da paz. Que enche os mares e raia o novo dia. Recomeçar.

Compartilhar do ser que és, despertando e me permitindo meu melhor, sendo um. É lindo e puro. Cada um fazendo parte disso, porque estamos todos ligados. Colocar a cabeça no travesseiro e ser transportado para o carinho do toque, para a sutileza do olhar, para a suavidade do beijo. Dentre tantas pessoas que passaram, que admiraram, e o mais bonito além de ser, reconheceram. O mais importante é que fomos atraídos pelo bem um do outro. Somos amor, além dos traumas, limitações e preconceitos. Para além do corpo, e onde o tempo não existe, clamando para ser lembrado. Tudo vale a pena em pequenos instantes que se eternizam no sentir de curtos segundos. Partindo de coração ardente em lágrimas de felicidade de amor, com a certeza da missão cumprida através da arte. Nada acontece por acaso e tudo o que passamos é preciso apenas para provar que o que importa é fazer o bem. Não temos como prever, e a gentileza é uma benção. A turbulência de passar de uma corrente de ar para outra. Por fim não queria voltar.