segunda-feira, 23 de julho de 2012

Não sei como consegui viver tanto tempo sem essa parte de mim; sentindo saudade de um sentimento que eu nem sabia que existia.

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Apresse-se pois estamos acordando

 

A introdução era como de uma música, não precisava de história e muito menos de um mundo real

. Apenas sendo preciso ser cuidada, revelando-se toda a verdade. Sem medo de falhar. Seguindo, como numa estrada. Milhares de carros, sem ninguém dentro. Guiados por fantasmas, que saiam do coração e entravam num buraco. Preenchendo o mundo. Todo o cérebro sendo exposto pelos olhos. E a melodia seguia sem saber para onde. Apenas vozes ecoando sobre pensamentos que um dia se disseram libertos. Os instrumentos se juntavam, sendo impossível definir se aquilo poderia ser ruim ou bom. E as vozes continuavam. De repente um anúncio diz que será o fim. Tudo começa a falhar e se declara o fim do começo.

E num momento de tormenta, descobre-se denovo a luz

. Brilhante e cheia de raios para todos os lugares. Cores brilhantes e intensas, com um canto calmo proclamando que poderíamos ser tudo o que quiséssemos. E as batidas começam forte. Esperando por uma ligação, ou por uma chegada. Esperando por uma guerra, ou olhando para o espelho que tornasse sua igreja. Um som ao fundo vai sendo descoberto e crescente; como se fosse para ser descoberto. E as vozes se confundem com as batidas, esperando para que algo acontecesse. Surge um barulho; um instrumento único, quase como a voz de um ser humano, torcendo para que ficasse.

Antes de começar já sabia que seria uma coisa forte

. Como o amor que não tem nada com o amor. Mais uma posse, que faz com que se descubra quem realmente se é. Uma frase indistinguível. Um ritmo constante. Falando sobre espaço, tempo e espírito. Sobre alguma solidão que talvez fosse distinta pelo conhecimento. A fêmea se apresenta, e torna aquela atmosfera escura em um tom vermelho. Sensual. E todos se vêem correndo atras desta deusa incorporada em uma voz. Sempre começa assim, uma busca de instintos que se torna em silêncio.

 

Um silêncio continuo que aos poucos vai liberando o som suave que deve ter no silêncio

. O nome disso eu não sei e talvez nunca descubra. Porque mesmo que soubesse, não seria a mesma definição para todos. São o que os dedos dedilham quando as palavras faltam.

Alguma conotação diferente parecia aparecer

. Aquela busca já não era a mesma. Algo devia ter tocado. Porque ate mesmo a audição já se tornou inaudível. Palavras. Frases. E depois apenas cordas. Gritos. Pode ser de revolta ou mesmo de libertação. Não faz muito sentido mas vai ficar mais claro depois. Ate mesmo um disco voador se faz perceber no meio. A neve seca, as lagrimas congelam. Sem tom. Sem tempo. Sem contagem. Sem compasso. As aves já se fizeram ouvir de manha. E a reação não se torna tão prazerosa quanto se esperava. Mais um sentido do que acontece fora daquele corpo.

 

A decisão muda

. A história começa a ficar engraçada. Contada por uma criança e a sua visão de mundo que pode sempre ser melhor. Mas mesmo assim precisa-se mudar de figura, de ser. Tornando-se parte deste mundo, que não é seu. E a luz de arco-íris começa a sair de você. Parece uma viagem de ácido. Todos se juntam a você e começam a te imitar. E todos demonstram gostar. Uma coisa envolvente. Contagiante. Uma mente pura. Assim todos podem ser puros denovo. Mas não deve haver distração. Senão já se perdeu. É tão fácil se perder. Pode durar para sempre. Mas tudo acaba.

Entro num trem

. Vejo uma paisagem. Não estou no mundo real denovo. Ou nem ao menos sai dele ainda. Se passam as estacoes. Passe-se o tempo. Preciso pagar a passagem.

Desço em Tóquio

. Aquelas luzes brilhantes. E mil pessoas passando. Uma noite suspeita. Ou esquecida. Não se assemelha com nada do que tenha pensado. Então se torna cedo. Eu desejo estar numa cadeira. Não ter nada em mente. Será que isso vai ser acrescido na vida de alguém. O constrangimento. A culpa. De não ter feito nada e ser acusado. Mas sou absolvido no final. Mil rostos passando. Suspeitos. Eu continuo andando, não sei para onde. Mas isso realmente não importa. Essa noite pode entrar para história. O pensamento livre. Pensamento puro. Como é bom andar sem objetivo

Para que querer arrumar algo se nem se sabe se vai durar

. Vem o arco-íris e eu acordo com ele. Vem os espíritos. E todos saímos correndo. No escuro do sol. Na imensidão da noite. Tem um intervalo. Uma pausa. E a revolta. A raiva. A ira.

Quando você vem para casa

. Uma música de despedida. Um lance fúnebre. Um transe.

O amanhecer

. Apresse-se pois estamos acordando. No meio do deserto. Não existem mais pessoas. Nem o amanhecer. Já é dia. O abrir dos olhos. O descobrir que estava sonhando. Celebrar. Realidade. Paralisa. Acabou.

Um bocado quente

 

Eu nunca peço por muito
Apenas um pôr do sol
Um bom drink e algumas cinzas

Relembrar de algo bom que passou
E trazer de volta para o presente
Sem julgamento
Apenas ouvindo o que tens a dizer

Uma necessidade de compartilhar
E não ser ouvido
Ou compreendido

Acho que descobri quem eu sou
E quem deixei de ser
Foi necessário ir tão longe
Passar por experiencias tão intensas
Tão decisivas

Eu tinha tudo aqui
Mas não sabia, e continuo não sabendo

Um último aviso para mim
Eu nunca venço

Por que não há batalha
Não há dualidade
Nem nada para se resolver por fora

A gente pode e precisa crescer

Eu somente quero ter uma vida restando
Para que você me dissesse que ficaria sempre do meu lado
Esse será o mais longo pôr do sol

segunda-feira, 9 de julho de 2012

Começo de Estudo II

 

Eu quero um amor que seja melhor do que eu mas que seja humilde para reconhecer que fizemos isso tudo juntos. Nada de egoísmo, mas sim uma forma egóica de estar controlando e fazendo o que faço; sentindo o conforto e o confronto de alguém que se importa realmente comigo. Quero olhar as fotos e descobrir que um dia eu pude ser melhor e tive isso.
Tenho buscado isso mesmo tentando tão fortemente fugir. Talvez seja essa tal dualidade que tanto dizem. Ao mesmo tempo, esse absoluto que diz para fugir e viver todo esse absoluto que existe dentro de mim mas sem fazer nenhum esforço, nem mesmo pedir para que aconteça.
Eu tenho vivido. E tem dado certo. Buscar e encontrar em outros minhas próprias fraquezas. Deixar que todo esse cuidado materno se torne o meu maior medo, e a forma de não sair disso.
O meu si tentou dizer. Meu corpo reagiu. E foi preciso ficar parado para que alguma atitude tivesse coragem, efeito. Então me tenho perguntado, em que momento foi que eu perdi toda aquela juventude. Toda aquela coragem de dar tudo de si. De acreditar que eu podia mudar alguma coisa. E por que será que agora todo esse sentimento ficou no passado?
Não que eu queira viver no passado, pois sentimentos revividos não permitem trazer o novo, mas que mal pode haver em tentar reavivar um sentimento? Quando foi que comecei a não perceber o cheiro?
Parece que eu me ausentei tempo demais; tempo o suficiente para que impregnasse juntamente com minhas partículas de experiencia o preconceito e a superioridade. Como que se quem não tivesse a sensibilidade para ser como eu ou esse ser que idealizei dentro de mim não poderia ser tão capaz de ser o melhor de si.
O papel de ser o inimigo do amor não pertence mais ao ódio, mas sim ao medo. O medo pode ser capaz de paralisar e forjar um controle de qualquer experiencia ou relação de ligação ou rejeição, e apenas se libertando dele poder-se-á libertar.