quinta-feira, 27 de setembro de 2012

 

O meu primeiro suspiro de vida foi quando eu saí de casa. Quando não encontrava um lar; que nem nove me era suficiente. E comecei a sentir saudade. O meu trabalho foi encontrado, desafiado, vivido e reconhecido. Apaixonei-me por alguém que possuía um coração maior que o meu; e fiz o melhor vomito em forma de poema para expressar tudo isso (talvez minha melhor obra). Tive os melhores amigos que não jogavam no meu time. Viajei e conheci.

No meu segundo suspiro surgiram as drogas, inclusive o amor. Fui até o limite de onde poderia estar; de onde minha mente aguentaria ir. Os cigarros tinham gosto de menta e a cevada um rótulo glacial. As festas, a popularidade. A amizade que desencarnou com uma rosa e um poema dizendo o quão pequena eram suas mãos. Antes disso surgiu o amor. Veio de forma intensa depois de tanta tentativa; o ato sexual. E mesmo não acreditando, ele se sentiu confortável e decidiu ficar. Veio então uma doença psicomatica; um medo, a morte, a dor. Minha amiga dizendo que isso é típico de um grande artista, uma mente pensante. Então chegou quase que sendo esperada a traição. Uma noite em Paris, um artista e uma vontade que vinha sempre sendo vivida de querer largar tudo e fugir. Mas não foi nada disso, voltei. Depois me devotei e quando podia ter ido, escolhi ficar em um lugar novo me dedicando, quase como uma dona de casa. E quando vi tudo isso desmoronar, achando que era minha última chance de ser feliz (e ainda acho), tudo começa a tomar um rumo diferente. A terapia, a luz.

Meu terceiro suspiro começa a caminho de mim, e esse comecei a viver agora.