Primeiro não queria partir. Pegar
um trem desconhecido para lugar nenhum. Tudo o que é novo desespera. Onde quem
lhe espera não é familiar. E das dúvidas da sua capacidade de compartilhar, o
que por vezes nem mesmo lembra acreditar. Quando as dúvidas surgem e o que lhe
resta é continuar. Das certezas de que não deves envolver terceiros nos
assuntos que só condizem a ti. Eventos diversos que te fazem questionar se
realmente estás seguindo pelo caminho correto. Dos pesadelos que te deixam
acordados mesmo quando chegas a exaustão. Dentre dias ou outros, onde senhoras
aventureiras acompanham a jornada de forma descontraída. Descobrir em qual
momento se encontra. Se suas ações condizem com o que realmente deseja. Onde o
acumulo de informações são apenas recordações do que um dia foi estar junto de
ti. Que para descobrir tive que passar por outras experiências cheias de
intensidade e finais. Onde cada vez meu coração se despedia, partindo em pedaços,
para se juntar de novo e formar o que sou hoje. Quantas vezes o coração pode se
reconstruir? Entrelaçando os braços e sendo grato. Porque música foi o que
ouvistes enquanto eu falava. Uma voz do desejo de reviver os amigos que fiz,
que gostam de mim, apesar de quem sou. Agradecendo aos que já foram e me
ensinaram. Que levam a outros mares. Que tomaram outros rumos. Que partem as
pedras. Encurtam o caminho. É a mim quem tu libertas. A fragilidade da rocha.
Da imensidão. Na tua presença. Momentos de nós. Da música que faz meus
momentos, e juntamente com a chuva, contemplo as noites. Nos braços da paz. Que
enche os mares e raia o novo dia. Recomeçar.
Compartilhar do ser que és,
despertando e me permitindo meu melhor, sendo um. É lindo e puro. Cada um
fazendo parte disso, porque estamos todos ligados. Colocar a cabeça no
travesseiro e ser transportado para o carinho do toque, para a sutileza do
olhar, para a suavidade do beijo. Dentre tantas pessoas que passaram, que
admiraram, e o mais bonito além de ser, reconheceram. O mais importante é que
fomos atraídos pelo bem um do outro. Somos amor, além dos traumas, limitações e
preconceitos. Para além do corpo, e onde o tempo não existe, clamando para ser
lembrado. Tudo vale a pena em pequenos instantes que se eternizam no sentir de
curtos segundos. Partindo de coração ardente em lágrimas de felicidade de amor,
com a certeza da missão cumprida através da arte. Nada acontece por acaso e
tudo o que passamos é preciso apenas para provar que o que importa é fazer o
bem. Não temos como prever, e a gentileza é uma benção. A turbulência de passar
de uma corrente de ar para outra. Por fim não queria voltar.