terça-feira, 12 de agosto de 2014

Gaiolas

 
Sois tão vós, assim como o amor é incondicional frente ao poder do universo. Amei-te desde antes de conhecer-te por inteiro, talvez o motivo de continuar, pois sois além das aparências que nem mesmo tu podes enxergar, muito menos os mortais conseguem ver, e eu sempre vejo o melhor que podes ser. Se eu soubesse que querias escrever, teria dado meu corpo, como há muito havia dado. Se soubesse que querias recitar, teria dado meu ouvido para que a cada sussurro sua voz penetrasse naquele mundo todo que eu criara para mim. Sou apenas um dançante pelo mundo esperando que a rosa brote, esperando pelo sol para mim e para as plantas. Das coisas que aprendi de ti que nunca me deixaste ver a morte do inverno, que me mostrara todas as belezas do plantio e da certeza de que as sementes brotam e com elas as belezas que apenas um flor pode nos dar. Da sua ausência abri minhas gaiolas e o que era livre fugiu. Não foi quem repetiste que o medo de voar era o medo de partir. Serás sempre bem vindo mesmo com a certeza de que vais voar. Afinal o que é um pássaro sem liberdade?

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